01 dezembro 2013

Entrevista sobre a comemoração do Dia Estadual de Repressão ao Tráfico de Animais Silvestres

Por Camila Capri*

- Qual a importância da comemoração dessa data para a causa? O que se espera dela?
Diana Levacov - A sensibilização do público por meio de informação pertinente e atividades educativas é a melhor forma de combater o trafico de animais silvestres, pois, como diz o slogan da "Campanha Estadual de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres": Sem comprador, não há traficante. Ações de repressão propriamente dita são necessárias e realizadas durante todo o ano por agentes das nossas Unidades de Conservação da Natureza – UCs (Parques e APAs, por exemplo) e fiscais do Inea. Porém, as atividades com o público - que irão acontecer em várias de nossas UCs e em algumas Prefeituras do Estado, além do evento na capital – ajudam a levar esse tema para debate e diminuir a demanda de retirada ilegal de animais silvestres da natureza para servirem como animais de estimação. É muito importante capilarizar a campanha, visto que ela é estadual. O esforço na repressão é muito mais desgastante do que tentar evitar que o crime seja cometido. Já dizia Pitágoras: “Educai as crianças, que não será preciso punir os homens”.

- Quantos folhetos serão disponibilizados? São folhetos de que, qual informação tem neles? Haverá quantos banners e cartazes?
Diana Levacov - Para comemorar o "Dia Estadual de Repressão ao Tráfico de Animais Silvestres" (1º de dezembro) no Rio de Janeiro, produzimos um folheto explicativo sobre o tema para ser usado em campanhas, aulas, palestras e outras atividades durante todo o ano. Ele é uma criação da Gerência de Fauna - Gefau, com a colaboração de outras gerências da Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas – Dibap/Inea e com design da Gerência de Informação e Acervo Técnico - Geiat/VPres/Inea. A reprodução é livre e ele pode ser visualizado no link http://arquivos.proderj.rj.gov.br/inea_imagens/downloads/Folheto_TAS_Gefau_Inea.pdf, hospedado no site do Inea.
Como a comemoração dessa data é o principal evento da "Campanha Estadual de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres" e por ser o RioZoo um local de grande visitação, vamos levar 1.500 folhetos e 2 banners oficiais da Campanha, além de cartazes, folhetos e imãs decorativos da Campanha “Abrace essas dez!” da Superintendência de Biodiversidade - Supbio/SEA, sobre as espécies da fauna mais ameaçadas no estado do Rio de Janeiro.

O folheto elaborado pela Gefau aborda às seguintes questões:
.Qual é a diferença entre o animal silvestre e o doméstico?
.Quem compra ou recebe os animais silvestres?
.Quais os danos para o Ambiente?
.Conheça a lei (com links para os textos integrais)
.A venda e a aquisição de animais silvestres que não atendam a requisitos legais constituem crime ambiental.
.O que acontece com quem compra ou recebe um animal ilegalmente?
.Não é possível legalizar um animal silvestre que foi capturado na natureza e adquirido de forma ilegal.
.O tráfico de animais silvestres é o comércio ilegal de animais capturados na Natureza.
.Não compre animais em feiras e à beira de estradas.
.Visite parques e outras áreas verdes.
.Como denunciar?
.Slogan: Sem comprador, não há traficante.

- Quais são os animais mais cobiçados pelo tráfico e que correm risco de ficar ou já estão quase extintos?
Diana Levacov - Os animais mais cobiçados são as aves canoras, da ordem dos passeriformes. Por exemplo, o pixoxó, o curió e o bicudo, que constam das listas oficiais de fauna ameaçada tanto em níveis estadual como no federal. Ainda dentre as aves, os psitacídeos são muito visados (papagaios e araras, por exemplo). Dos mamíferos, os pequenos saguis e os ágeis macacos-prego são os primatas mais comuns no tráfico, com algumas espécies ameaçadas. Mas, felinos, como a jaguatirica, e xenartros, como o tatu-canastra, também entram nessa lista. Dos répteis, podemos citar as tartarugas e várias espécies de cobras.

- Quantas e quais atividades serão realizadas durante o evento? São atividades direcionadas para qual público (crianças, adultos...)?
As atividades mais lúdicas são direcionadas às crianças, artesanato com material reciclável, brinquedos confeccionados a partir de gaiolas apreendidas, apresentação musical (com composições sobre o tema), etc. Mas, de um modo geral, o evento é para todos. Haverá distribuição de folhetos informativos do Inea, da SEA e do próprio RioZoo, além de apresentação de armadilhas, fotos, animais empalhados e preservados. Uma atividade bem interessante, e que só poderia ser feita no RioZoo mesmo, será a visita guiada aos recintos dos animais brasileiros, especialmente da fauna do Estado, mais visados e prejudicados pelo tráfico de animais silvestres. Essas rotas serão realizadas de hora em hora, a partir das 10h e até às 15h.

- Quem estará presente (gerências do Inea, órgãos estaduais/municipais externos...)?
Diana Levacov - Estarão presentes representantes da Gerência de Fauna e do Parque Estadual dos Três Picos, ambos do Inea; Unidade de Policiamento Ambiental – UPAm, também da região dos Três Picos, da Polícia Militar – PMERJ; da Superintendência de Educação Ambiental da SEA e da Fundação RioZoo.

Camila Capri é graduanda de jornalismo. Entrevista dada como preparação da divulgação do "Dia Estadual de Repressão ao Tráfico de Animais Silvestres" (1º/12).




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