Por Camila
Capri*
- Qual a importância da
comemoração dessa data para a causa? O que se espera dela?
Diana Levacov - A sensibilização do público por
meio de informação pertinente e atividades educativas é a melhor forma de
combater o trafico de animais silvestres, pois, como diz o slogan da "Campanha
Estadual de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres": Sem comprador, não
há traficante. Ações de repressão propriamente dita são necessárias e
realizadas durante todo o ano por agentes das nossas Unidades de Conservação da
Natureza – UCs (Parques e APAs, por exemplo) e fiscais do Inea. Porém, as
atividades com o público - que irão acontecer em várias de nossas UCs e em
algumas Prefeituras do Estado, além do evento na capital – ajudam a levar esse
tema para debate e diminuir a demanda de retirada ilegal de animais silvestres
da natureza para servirem como animais de estimação. É muito importante
capilarizar a campanha, visto que ela é estadual. O esforço na repressão é
muito mais desgastante do que tentar evitar que o crime seja cometido. Já dizia
Pitágoras: “Educai as crianças, que não será preciso punir os homens”.
- Quantos folhetos serão
disponibilizados? São folhetos de que, qual informação tem neles? Haverá
quantos banners e cartazes?
Diana Levacov - Para comemorar o "Dia
Estadual de Repressão ao Tráfico de Animais Silvestres" (1º de dezembro)
no Rio de Janeiro, produzimos um folheto explicativo sobre o tema para ser
usado em campanhas, aulas, palestras e outras atividades durante todo o ano. Ele
é uma criação da Gerência de Fauna - Gefau, com a colaboração de outras gerências
da Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas – Dibap/Inea e com design
da Gerência de Informação e Acervo Técnico - Geiat/VPres/Inea. A reprodução é
livre e ele pode ser visualizado no link http://arquivos.proderj.rj.gov.br/inea_imagens/downloads/Folheto_TAS_Gefau_Inea.pdf, hospedado no site do Inea.
Como a comemoração dessa data é
o principal evento da "Campanha Estadual de Combate ao Tráfico de Animais
Silvestres" e por ser o RioZoo um local de grande visitação, vamos levar
1.500 folhetos e 2 banners oficiais da Campanha, além de cartazes,
folhetos e imãs decorativos da Campanha “Abrace essas dez!” da Superintendência
de Biodiversidade - Supbio/SEA, sobre as espécies da fauna mais ameaçadas no
estado do Rio de Janeiro.
O folheto elaborado pela Gefau
aborda às seguintes questões:
.Qual é a diferença entre o
animal silvestre e o doméstico?
.Quem compra ou recebe os
animais silvestres?
.Quais os danos para o
Ambiente?
.Conheça a lei (com links para
os textos integrais)
.A venda e a aquisição de
animais silvestres que não atendam a requisitos legais constituem crime
ambiental.
.O que acontece com quem compra
ou recebe um animal ilegalmente?
.Não é possível legalizar um
animal silvestre que foi capturado na natureza e adquirido de forma ilegal.
.O tráfico de animais silvestres
é o comércio ilegal de animais capturados na Natureza.
.Não compre animais em feiras e
à beira de estradas.
.Visite parques e outras áreas
verdes.
.Como denunciar?
.Slogan: Sem comprador, não há
traficante.
- Quais são os animais mais
cobiçados pelo tráfico e que correm risco de ficar ou já estão quase extintos?
Diana Levacov - Os animais mais cobiçados são as
aves canoras, da ordem dos passeriformes. Por exemplo, o pixoxó, o curió e o
bicudo, que constam das listas oficiais de fauna ameaçada tanto em níveis estadual
como no federal. Ainda dentre as aves, os psitacídeos são muito visados
(papagaios e araras, por exemplo). Dos mamíferos, os pequenos saguis e os ágeis
macacos-prego são os primatas mais comuns no tráfico, com algumas espécies
ameaçadas. Mas, felinos, como a jaguatirica, e xenartros, como o tatu-canastra,
também entram nessa lista. Dos répteis, podemos citar as tartarugas e várias
espécies de cobras.
- Quantas e quais atividades
serão realizadas durante o evento? São atividades direcionadas para qual
público (crianças, adultos...)?
As atividades mais lúdicas são
direcionadas às crianças, artesanato com material reciclável, brinquedos
confeccionados a partir de gaiolas apreendidas, apresentação musical (com
composições sobre o tema), etc. Mas, de um modo geral, o evento é para todos.
Haverá distribuição de folhetos informativos do Inea, da SEA e do próprio
RioZoo, além de apresentação de armadilhas, fotos, animais empalhados e
preservados. Uma atividade bem interessante, e que só poderia ser feita no
RioZoo mesmo, será a visita guiada aos recintos dos animais brasileiros,
especialmente da fauna do Estado, mais visados e prejudicados pelo tráfico de
animais silvestres. Essas rotas serão realizadas de hora em hora, a partir das
10h e até às 15h.
- Quem estará presente
(gerências do Inea, órgãos estaduais/municipais externos...)?
Diana Levacov - Estarão presentes
representantes da Gerência de Fauna e do Parque Estadual dos Três Picos, ambos
do Inea; Unidade de Policiamento Ambiental – UPAm, também da região dos Três
Picos, da Polícia Militar – PMERJ; da Superintendência de Educação Ambiental da
SEA e da Fundação RioZoo.
* Camila Capri é graduanda de jornalismo. Entrevista dada como preparação da divulgação do "Dia Estadual de Repressão ao Tráfico de Animais Silvestres" (1º/12).
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